Cidades-Sede Copa 2010: Johannesburgo





Não, Johannesburgo não é a capital da África do Sul (nenhuma das três, aliás – a legislativa é a Cidade do Cabo, a administrativa é Pretória e a judicial é Bloemfontein). É, sim, a maior cidade do país. Antiga capital de ouro do mundo, no século 19, continua a fervilhar de vida e de cosmopolitismo.

Jo’burg, como é chamada pelos moradores, surgiu na corrida do ouro da década de 1880. O outrora pequeno assentamento africâner – isto é, descendente da colonização holandesa – tornou-se a principal cidade do país já na primeira metade do século 20.

Atualmente, vive uma grande transformação. Bairros cheios de shoppings sofisticados e restaurantes caros, antes apenas frequentados por brancos, começam a se mesclar. Desde o fim do apartheid, uma enorme massa de negros ascendeu socialmente.

Além disso, Jo’burg não é uma cidade no sentido clássico, mas um arquipélago de distritos e subdistritos que se conectam por autopistas. Como em Los Angeles e em São Paulo, o carro dita as regras e a “urbanidade” do lugar.

Sandton, Melrose, Melville e Rosebank são alguns dos nomes associados a lugares com mansões, bons restaurantes, gigantescos shoppings e hotéis cinco estrelas. Os complexos de lojas de Sandton City e Nelson Mandela Square (interligados por uma passarela coberta sobre a rua) são labirintos de extensos corredores repletos de lojas de departamentos e de grife, livrarias e cafés. Na hora do almoço ou no fim o expediente, engravatados descem dos escritórios das redondezas, ou saem da Bolsa de Valores (que fica ali, e não mais no centro) para bater perna por suas lojas. O lugar é majoritariamente branco, mas os negros são cada vez mais presentes.

Na zona sudoeste está Soweto, o mitológico distrito onde perduram velhas imagens de cães policiais ladrando para jovens negros e bombas de gás lacrimogêneo sendo atiradas por policiais brancos. De lá saíram Nelson Mandela, Desmond Tutu e milhares de estudantes e jovens desempregados que derrubariam o apartheid.

Soweto não é só mais uma das maiores favelas do mundo. Como qualquer favela brasileira, muros de tijolo aparente e uma constelação de antenas parabólicas são vistos por todo lado.

Aproveite para conhecer o Museu do Apartheid, que fica entre Soweto e a área central de Jo’burg. Ele não economiza em recursos visuais para mostrar como era a vida dos negros sob o regime segregacionista. Logo à entrada, o visitante é classificado de acordo com a tonalidade da pele, como era feito com os negros e mestiços sul-africanos.

Johannesburgo requer uma dose de tolerância do visitante. Ao tomar cuidados básicos como usar táxis recomendados por hotéis e não se aventurar desacompanhado por lugares de má reputação, o turista passará incólume pelos riscos.




Estádio Soccer City

O maior estádio da Copa, com capacidade para 94 700 pessoas. O estádio mais simbólico, fincado em Soweto, a “capital” da resistência ao apartheid. Não é à toa que Soccer City terá a honra de receber o jogo de abertura e a finalíssima do torneio. Ele já é parte da história do país, o primeiro local onde Nelson Mandela se encontrou com as massas após sua libertação. Para a Copa, foi remodelado por um escritório de arquitetura sul-africano.




Estádio Ellis Park

Com capacidade para 61 mil espectadores, o mais antigo estádio de Johannesburgo, dos anos 1920, receberá sete jogos no Mundial. Sua história está associada ao rúgbi. Foi lá que o país venceu o Campeonato Mundial de 1995.

Atrações em Destaque:



Museu do Apartheid

O Museu do Apartheid mantém exposta grande parte da história da África do Sul e representa um dos lugares mais celebrados do país, em função da sua importância e do seu conteúdo, que instrui e convida à reflexão.



Constitution Hill

Berço da primeira constituição da África do Sul democrática, esse local é um dos pontos turísticos mais famosos do país e já recebeu várias conferências e eventos de importância histórica.




Visita guiada a Soweto

Maior township da África do Sul, Soweto ganhou fama internacional durante a era do apartheid por abrigar a maioria dos revolucionários do país. O ex-prisioneiro de Robben Island, Nelson Mandela, e o arcebispo Desmond Tutu viveram na célebre rua Vilakazi.

0 comentários: